Metodologia e linguagem de trabalhos académicos

Gestor de referências bibliográficas

A investigação científica em qualquer área envolve a pesquisa bibliográfica e o conhecimento das publicações já existentes sobre o assunto estudado. Por outro lado, qualquer texto de natureza académica ou técnica tem que estar solidamente alicerçado nessa bibliografia que, além disso, tem que ser claramente identificada.

Portanto, quando alguém se inicia na investigação e nos consequentes trabalhos da escrita começa também com o problema, se não o tinha já antes, de manter listas bibliográficas, por exemplo, com os estudos que já tem ou que necessita obter, os que já leu ou que estão à espera de leitura, ou os que incidem sobre um aspecto ou que incidem sobre outro. Além disso, é importante que qualquer uma dessas referências bibliográficas possa ser rapidamente encontrada, ou relacionada com outras, ou objecto de anotações e comentários. À medida que o trabalho prossegue o número dessas referências pode crescer muito rapidamente e, mais cedo ou mais tarde, acaba sempre por ser indispensável o uso de um ficheiro bibliográfico, com fichas de cartolina como acontecia até há alguns anos atrás, ou, como é possível agora com muitas vantagens, o uso de uma base de dados bibliográfica.

Actualmente estão disponíveis diversas bases de dados bibliográficas, muitas das quais são, aliás, muito mais do que isso pois têm uma outra importante função: permitem introduzir automaticamente num texto as referências bibliográficas formatando-as de acordo com a norma pretendida. O software desse tipo é por isso mais adequadamente designado como gestor de referências bibliográficas.

Neste tipo de software, de uma forma geral, cada espécie bibliográfica pode ser introduzida manualmente ou, com muito menos trabalho, automaticamente a partir de bases de dados e catálogos bibliográficos existentes na internet, fazer parte de diversas listas, ser encontrada através de diferentes tipos de pesquisa e com diferentes critérios e ser automaticamente usada num texto sem necessidade de ser escrita vezes sem conta, repetidamente, com dantes acontecia.

O Endnote é, já há alguns anos, o programa mais conhecido, mas o Zotero, primeiro, e o Mendeley, depois, ganharam popularidade a partir de determinada ocasião. Em tempos usei o Biblioscape, pois nessa ocasião me pareceu ser o que, de longe, tinha mais funcionalidades. Não gostei, no entanto, das alterações que foram introduzidas em sucessivas versões, que, sem grande proveito, tornaram complicado o seu uso. Actualmente uso o Ednote.

Sendo os gestores de referências bibliográficas programas com diferentes tipos de funcionalidades, a escolha de cada um deverá basear-se, além de outros aspectos, nas funcionalidades que são mais importantes para cada um. Sem pretensão de exaustividade, algumas das funcionalidades que poderá ser importante avaliar no que diz respeito às suas possibilidades e facilidade de uso são as seguintes:

Além disso, há ainda questões como o custo, pois alguns são gratuitos mas outros não, ou o sistema operativo usado, pois alguns correm apenas no Windows enquanto outros são de uso mais geral.

Uma lista dos principais gestores de referências bibliográficas, com indicação do local onde podem ser obtidos (no caso dos programas pagos geralmente existe uma versão gratuita de demonstração) e as suas principais características está disponível em http://en.wikipedia.org/wiki/Comparison_of_reference_management_software.

Independentemente da escolha de cada um, parece-me que este tipo de software é quase tão indispensável a quem se dedica à escrita em contexto académico como um processador de texto.