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Amarelo de cádmio

O amarelo de cádmio é um pigmento artificial e quimicamente corresponde a sulfureto de cádmio. O metal cádmio foi descoberto por F. Stromeyer, em 1817, e entre os compostos que preparou conta-se o sulfureto sobre o qual disse em 1818: "devido à beleza e estabilidade da sua cor, bem como à propriedade que tem de se ligar bem às outras cores, especialmente ao azul, promete ser útil em pintura". Não obstante as referências ao emprego do amarelo de cádmio em pintura em 1829, a sua comercialização parece ter-se iniciado cerca de 1846, embora devido ao seu elevado preço, resultante da escassa produção do metal, o pigmento só ganhe grande divulgação a partir de 1917, puro, e, sobretudo, a partir de 1921, neste caso diluído com sulfato de bário, na forma de litopone de amarelo de cádmio. Ainda em 1880, C.-E. Guignet dizia que o amarelo de cádmio era "uma cor perfeita, se não fosse tão cara".

Juntando a esta razão económica o facto de os fabricantes franceses terem investido mais no amarelo de crómio, não é de estranhar o seu uso relativamente limitado entre os pintores impressionistas e pós-impressionistas. No entanto, foi utilizado, por exemplo, por Monet, Morisot, Manet e van Gogh. Em Portugal, foi empregue por Silva Porto depois do seu estágio em França e Itália, mas num conjunto de 14 de pinturas desse período só foi detectado numa, possivelmente de 1892.

Isoladamente, o amarelo de crómio é um pigmento estável, mas se misturado com pigmentos de chumbo ou cobre pode reagir com estes e escurecer devido à formação dos respectivos sulfuretos. O problema é especialmente significativo no caso da mistura com o verde esmeralda.

Tradução

cadmium yellow / jaune de cadmium / giallo di cadmio / amarillo de cadmio

Bibliografia

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